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Se o resultado varia com a ideologia do experimentador, é uma farsa.

Disseram que eu disse que “saúde é igual a ponte ou duto”. Argumento indigente; “falácia do espantalho” como chamam (*).

– “Ponte e duto” no post anterior ilustram a mentalidade de quem quer FAZER coisas acontecerem, e não apenas debater. Gestores TÊM que ter essa mentalidade.
– Crença pessoal e ideologia não têm lugar em gestão. Você tem que sujar as mãos; tem que empoeirar os sapatos pisando o chão duro da vida real.
– Pensemos num experimento para investigar quantas pessoas passarão a “NÃO MORRER” (ou a não sofrer efeito adverso) POR CAUSA da telemedicina.
Comparemos com as que SOFRERÃO EFEITO ADVERSO POR CAUSA da telemedicina.
Aposto meu reino inteiro (incluindo meus castelos na Europa) que “não morrer/não sofrer efeito adverso” ganha de lavada se o experimento for bem desenhado.
Mas não acredite em mim, façamos ciência. Vamos medir.
Não existe “autoridade” em ciência. Ela elimina a ignorância via experimentos que qualquer um pode repetir. Não fala nada, mede. Se a medição confirma recorrentemente, é ciência. Se não, não.
Mas medição que vale só no meu “laboratório” não é ciência, é magia negra.
Se depende do “estado interior” de quem mede, é xamanismo.
Se da opinião de “autoridades”, é charlatanismo.
Se o resultado varia com a ideologia do experimentador, é uma farsa.

(*) A falácia do espantalho (strawman fallacy) é um argumento em que a pessoa ignora a posição do adversário no debate e a substitui por uma versão distorcida, que representa de forma errada, esta posição. A falácia se produz por distorção proposital, com o objetivo de tornar o argumento mais facilmente refutável, ou por distorção acidental, quando o debatedor que a produz não entendeu o argumento que pretende refutar.

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