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O que a ciência da gestão diria neste caso?

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(II)- Estive numa homenagem a um médico de 85 anos. Falou de seu ideal, intacto a vida toda: “a medicina deve responder à singularidade de cada indivíduo. Cada pessoa deveria ter acesso a um médico porque cada ser humano é único”.

Sua paixão e humanismo (aos 85anos!) me comoveram de verdade. Algum ogro negaria seu valor?

Pensei: “numa emergência médica gostaria de ser atendido por alguém assim.”

Agora pergunte-me se deveríamos nos inspirar em sua visão na reforma do sistema de saúde.

Obrigado por perguntar.

Não. Um sistema funcional não vem da soma de convicções como as dele. Nosso médico é um santo que pensa errado. Se cada pessoa fosse única não haveria medicina, pois não haveria conhecimento codificável. Nada poderia ser ensinado. Quem seria o médico do meu médico? Sendo “único”, ele teria de ter seu médico também, que por sua vez teria de ter o seu, etc. O planeta seria populado só por médicos (matemática, leitor). Haveria tantos deles por metro quadrado que a luz do sol não passaria. A vida seria extinta (e nem precisaríamos de queimadas).

Premissas falsas levam a resultados absurdos.

A mentalidade que aquele ideal representa (mesmo que a fala fosse só metafórica) está amplamente disseminada na sociedade -“medicina é igual a médico”. Um erro.

O que a ciência da gestão diria neste caso?
(Continua…)

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