Profissões desconstruídas
Sob o capuz estão fantasmas de profissões vítimas de desconstrução (já consumadas ou em processo). O fotógrafo (pré chip), o gráfico, o motorista (pré Uber, pré carro sem motorista), o contador, o assistente pessoal, caixas de loja, técnicos de contabilidade, o datilógrafo, o arquiteto/designer pré CAD/CAM, o médico generalista, os desenhistas de desenho animado pré computação gráfica (Pixar), engenheiros de testes de automóveis pré workstations, oftalmologistas (pré aplicativos de celular)… Nos próximos 10 a 20 anos inúmeras profissões vão morrer. Indústrias “hard” como petróleo & gás vão viver o mesmo processo.
Claro, claro… Nem todas sumiram ou vão sumir, mas perderão relevância rapidamente. Seus profissionais têm/terão de migrar para nichos onde existam problemas não estruturados, onde o julgamento pessoal, subjetivo, continue a ser relevante. Nas outras situações algum algoritmo (informação!) resolverá melhor do que eles seriam capazes de resolver!
Pedro Doria, em sua (sempre excelente) coluna no Globo de 01/07 nos lembra que não é a primeira vez que uma revolução assim ocorre. A última foi a Revolução Industrial. “Havia trem e telégrafo, novidades e máquinas a vapor por todo lado. Nenhum governo se preocupou com a precarização do trabalho, com crianças de 14 anos enfrentando 14 horas de labuta diária. O resultado foram comunismo e fascismo. Os dois extremos autoritários que propunham soluções mágicas para quem estava desamparado. Os extremos estão nos rondando novamente e vão emergir, a não ser que os políticos – os formuladores de políticas – percebam o problema pelo que ele é. Governos existem para encarar esse tipo de problema de frente”, diz Doria. “Compreender, planejar, agir. Nenhum governo encarou a transformação da economia até hoje. Como não o fizeram, já começamos a ver os sinais da estafa política na população”. E não só no Brasil. Trump, Brexit. Vem mais por aí.
A Inovação em Saúde tem tudo a ver com esse tipo de desconstrução.