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Saúde: inovação organizacional é a saída

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A crise na saúde do RJ tem todos os ingredientes para continuar não resolvida porque as autoridades não entendem o problema que (supostamente) tentam resolver. O que leva ao colapso é um acúmulo de complexidades improdutivas. Não é falta de alguma coisa, mas uma multiplicidade descoordenada/não gerenciada de recursos. Isso se traduz hoje numa fragmentação absurda de tudo que tem a ver com atender demandas de usuários. Mais dinheiro não resolve situações assim. Inovação organizacional, sim. Mais dinheiro só fará um sistema ruim voltar a operar mal.

• Em toda parte constatamos efeitos negativos na prestação do serviço assistencial (filas, mortes, superlotação…) , mas não é possível saber o que causa o quê (o problema não é “computável”, como diria um matemático). Então, querendo mostrar serviço, e ignorantes da natureza real do problema, pedimos mais dinheiro para a saúde como se a solução fosse fazer cada vez mais do que está dando errado.

• Mas dizer que “não há uma causa identificável” não quer dizer que não tem solução. Problemas complexos têm solução, mas – e esta é mensagem central – elas têm de ser descobertas por experimentação, não estão dadas a priori. A solução não é técnica , é gerencial! É óbvio que problemas assim não podem ser resolvidos segundo a mesma lógica que os geraram (Einstein disse isso). Veja num post anterior um exemplo do tipo de abordagem que pode dar certo em larga escala em saúde – o projeto Parto Adequado que reduziu em poucos meses o número de partos por cesariana por meio de um arranjo (integrado!) de prestação de serviços com este foco.

• Se não houver reforma inteligente no sistema, o percurso em que ele está levará ao colapso. O termo “inteligente” está associado à dimensão cognitiva: entender a natureza do problema e propor soluções a partir desse entendimento. Saber para poder gerar.

 

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