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Ideia estranha : inovação parece ter certo tipo de “vontade própria

O gênio é só um detalhe

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A aventura da tecnologia fica mascarada por nossa tendência de atribuirmos tudo a individualidades, aos gênios-Einstein, Edson, Steve Jobs. Mas todos esses caras fizeram coisas que outros teriam feito, eles apenas personalizaram  tecnologias que iriam existir com ou sem eles.Esta é a ideia estranha- a tecnologia existe independentemente das mentes que a tornam concreta. Mentes humanas atuam apenas como cavalo para a tecnologia montar.

Progresso tecnológico não é uma sucessão de eventos originados por gênios, ela é construída por padrões meio que programados para emergir mais cedo ou mais tarde.  O gênio é só um detalhe.

A história do desenvolvimento tecnológico é a seguinte: tudo que alguém ficou famoso por fazer já era objeto de desejo de outros que tentaram, mas foram derrotados pelos detalhes ou pelo acaso. O arquétipo é pré-determinado, o gênio só fica conhecido como gênio porque captura uma ideia macro que estava no ar, e dá a ela uma forma que o mundo adota.
Einstein deu forma a ideias das quais outros já tinham chegado bem perto (Lorentz, Poincaré). Ele ficou famoso, os outros não. Edson idem, com a ideia de uma lâmpada que funcionaria com filamentos aquecidos eletricamente. Outros já haviam proposto designs semelhantes, sem conseguir concretizá-los. Graham Bell do telefone, Watson& Crick do DNA.. Quem você quiser. Esta é a regra, não a exceção.
Pensando bem.. Se existe um motor elétrico e existem estradas de ferro, não parece “inevitável” que vá aparecer um trem elétrico? Se existe a Internet, gente querendo ouvir música, tocadores de MP3, gravadoras e artistas, não seria inevitável que alguém explorasse isso tudo? Claro. Mas quem fez da maneira mais inteligente foi Steve Jobs, os outros perderam. Se existe a Web, e se existem pessoas querendo comprar e vender, não é certo que vá aparecer algo chamado comércio eletrônico?  O que não estava escrito é que um certo Jeff  Bezos seria o primeiro a dar forma consistente a essa obviedade por meio da Amazon.com. Bezos conseguiu capturar o que a tecnologia tentava segredar e os demais não entenderam. Assim como Steve Jobs, aliás.
Os grandes criadores- os Newton, Einstein, Edson, Watson &Crick- são apenas veículos para que uma força maior se manifeste – se eles não tivessem descoberto o que descobriram, outros o teriam feito.  A tecnologia parece mesmo ter vontade própria, o que levou Kevin Kelly, publisher da revista WIRED a escrever um livro entitulado  ”O que a tecnologia quer?”.
Mas, se já estava escrito, quem escreveu? As leis da Física escreveram. As mesmas leis que criaram o tempo e o espaço há exatos 13.73 bilhões de anos. Essa força atua desde o Big Bang. Estava, literalmente, escrita nas estrelas.
Se isso é verdade, o que deveria despertar nosso assombro, nosso respeito, nossa admiração e reverência humildes, não é o gênio. O gênio não tem nada a ensinar. O gênio poderia ser qualquer um (ok,ok, mais ou menos qualquer um).
O assombroso é o processo que torna inevitável o aparecimento de um “gênio”. Estava escrito que as leis de Newton seriam descobertas mais cedo ou mais tarde. Só não estava escrito é que Newton descobriria as leis de Newton.

 

 

 

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