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Informação é efeito, não estoque

saudeO setor de saúde aprisiona a informação que realmente conta para o paciente. É uma caixa preta. Informação que não flui não é informação. Se fica encarcerada em relatórios, prontuários, arquivos, ou na cabeça de alguém, não é informação. Digital ou não, na nuvem ou no HD, não é informação. Informação é efeito, não estoque. É transformação, movimento; não armazenamento.

O que existe em saúde são registros secretos. Se se usasse informação como outros setores usam, a crise da saúde se resolveria. Não faltam tecnologias, mas “cabeças”. Nossos líderes/formuladores de políticas, não entendem a natureza do problema. Se entendessem, pessoas que ficariam doentes, não ficarão. Gente que precisaria se internar, não precisará. Populações cujos custos com saúde iriam explodir, ficarão mais saudáveis. Menos crônicos se tornariam agudos, menos membros seriam amputados. Menos pessoas morreriam.

A revolução em saúde começará quando algo forçar a disseminação da “informação que conta para o paciente”. Tem que haver um padrão (standard) que seja aceito em saúde como o HTML é aceito na Web, como a voltagem e a tomada de três pinos em nossas casas, como a distância entre os trilhos da estrada de ferro. Sem um padrão universal nada acontece porque a informação não flui.

Nos próximos posts pretendo elaborar isto, mas não quero ser excessivamente técnico (chato). Portanto, se estiver ficando chato, me avisem, ou, melhor, deixem de curtir os posts. Vou mostrar como a construção de padrões é essencial em qualquer coisa que pretenda ganhar escala, e como isso pode ser feito em saúde. Não vou apenas recomendar: vou sugerir um passo-a-passo. No próximo post vou ilustrar melhor a ideia de que informação aprisionada não é informação. Não serve para nada. Ex; 11 de setembro de 2001. O FBI tinha todos os registros, mas eles estavam em HDs. Duas torres foram derrubadas. Depois vou mostrar como se poderia construir padrões em saúde que fizessem a informação fluir. As objeções que fazem a minhas propostas são todas do tipo: “em saúde, cada caso é um caso, não há como medir e comparar desfechos – mesmo para doentes com os mesmos diagnósticos. Eles diferem na idade, histórico clínico (comorbidades), fatores genéticos, etc. Não dá para comparar resultados (desfechos) de dois prestadores por este motivo. Além do que, o prestador só pode ser responsabilizado pelo que faz, não pelo que o paciente deveria fazer e muitas vezes não faz. Todas essas objeções são superáveis, e um bom padrão tem que vir com instruções para superá-las. 

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