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Saúde com base em valor está demorando?

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Eis o problema.

Nos anos 1950, aparelhos de rádio e TV eram à válvula. Válvulas queimavam todo ano, e a loja que vendera o aparelho as substituíam. Elas já contavam com essa receita de “manutenção”. Então, a Sony começou a oferecer rádios/TVs transistorizados, sem válvula, uma nova tecnologia. Os varejistas estabelecidos porém, recusaram-se a comercializá-los, pois perderiam o dinheiro da manutenção. A nova tecnologia só decolou porque estavam surgindo novas redes varejistas (Wal Mart, KMart) que ganhavam dinheiro segundo outra lógica, e aceitaram vender os Sony. Começou pequeno, passo-a-passo, nas periferias do sistema existente, e foi sugando consumidores um a um, até dominar.

Em saúde vai ser exatamente assim. Novas redes assistenciais ganharão dinheiro mantendo o usuário saudável, lógica inversa da atual. Isso não se dará por transformação de empresas existentes em “empresas digitais de saúde” (o equivalente a rádios/TVs “transistorizadas”). Não há como “martelar” modelos novos para dentro de arquiteturas “velhas”, que se acostumaram a ganhar dinheiro “trocando válvulas”. Não vai acontecer. Para que novas arquiteturas surjam, os conselhos médicos e agências reguladoras terão de afrouxar as normas atuais incentivando o empreendedorismo em saúde.

 

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