As forças que impedem a inovação em saúde
O mundo da saúde vive um dilema dilacerante: de um lado, empreendedores (muitos deles médicos) tentam “furar a casca” da ortodoxia existente, oferecendo inovações nas periferias do sistema. Eles perceberam que a assistência à saúde pode tornar-se muito mais desacoplada de infraestruturas físicas, e isso tem tudo para produzir uma explosão de produtividade no sistema. Eles tentam de fora para dentro, com inovações pontuais baseadas em tecnologias físicas, que, por enquanto, não chegam a ameaçar o status quo e também não ganham escala.
De outro lado está a ortodoxia dominante que quer preservar o acoplamento entre a prática médica e as infraestruturas físicas que a têm sustentado (com ênfase no médico mesmo). Do lado da ortodoxia estão os conselhos de medicina, órgãos de classe e entidades das profissões da saúde, cuja missão é preservar e proteger a prática médica estabelecida das “ameaças” que as espreitam. Eles até admitem uma ou outra iniciativa sem supervisão médica, mas nunca deixam de alertar (ainda que burocraticamente): “se os sintomas não desaparecerem, consulte seu médico”.
As conclusões a que cheguei no livro sugerem que outro tipo de exortação se tornará inevitável – “se os sintomas não desaparecerem, consulte seu website, ou seu aplicativo ou em sua rede na web. Se os sintomas não desaparecerem busque a solução na nuvem, não no consultório, clínica ou hospital”. Não haverá nada que um médico saiba que uma rede, um aplicativo, um robô ou um algoritmo não possa saber.
(O livro está em produção e ficará pronto em Março. A capa definitiva é esta).
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