Innovatrix

Informação é a ideia fundamental; ou: no inicio era realmente o verbo

post2

 

O que a ciência da informação (criada por um engenheiro chamado Claude Shannon) sugeriu, foi que, se o universo tem uma verdade profunda, ela não se expressaria através de forças, choques, trocas de energia ou interações mecânicas, mas por meio de um tipo de comunicação. O que parece estar na origem de tudo é uma linguagem, não um encontrão. A arquitetura dessa linguagem são sequências de instruções – algoritmos que produzem efeitos no mundo real por meio de suas “computações”.

Mas essas considerações só apareceram depois. Shannon não estava interessado nisso, mas em coisas práticas como transmitir com precisão uma mensagem de um ponto A para um ponto B. Qualquer tipo de mensagem. Podia ser de voz (telefone), telex, telégrafo, vídeo, ou o que fosse. Podia ser uma conversa tête-à-tête, uma declaração como “eu te amo”, um código secreto enviado de forma cifrada; mensagens de propaganda. Não havia restrição.

Comunicação (envio e decodificação de sinais) foi tratada por Shannon como uma manifestação abstrata, independente de substrato físico – era tudo o que tem a ver com transmissão de mensagens de A para B e ponto.

Como viemos a aprender depois, informação é a matéria prima da comunicação. No início usavam-se os dois termos como sinônimos – o próprio Shannon fazia isso – mas informação se revelou o conceito fundamental porque pode ser medida de forma precisa. Informação é definida matematicamente, comunicação não. Porém, realmente não é necessário enfatizar muito essa distinção aqui; usemos os dois termos indistintamente e, quando for preciso, registramos a diferença.

Setenta anos depois da epifania de Claude Shannon (em 1948), o mundo está num processo totalmente dominado pela informação. Não só entre pessoas, mas de pessoas para algoritmos (Google). De máquina (robô, drone) para pessoas. De máquina para algoritmo, de algoritmo para pessoas. Todas relações de mão dupla – de uma coisa para outra e vice versa. Comunicação, Inteligência artificial, Drones, Uber, sistemas de diagnóstico que deixam o dr. House deprimido… Sensores em produtos como latas de cerveja ou sabonetes que sabem o que você comprou e debitam seu cartão sem fila, sem caixa. Todo o mundo econômico – todas as indústrias e, portanto, todas as empresas – estão passando por esse processo. Chamam isso de Big Data, mas o nome não é bom (ainda que marqueteiro).
Estamos falando de outra coisa – big intelligence, talvez. “Supermentes,” talvez. Não importa. O que importa é que está dominando a vida de forma perturbadora, e tudo isso se originou do trabalho de Claude Shannon, o Isaac Newton da ciência da informação.

 

Leia também