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Vejam o problema da educação no Brasil

cubo

 

Existe um problema (no sentido da gestão) quando não se alcança o resultado desejado. O sistema educacional não está entregando (arghh!!) o resultado que se espera, mas qual é esse resultado?

Se não estivermos de acordo sobre O QUE se espera, e sobre como MEDIR o que se espera (e, portanto, sobre o que significa SUCESSO na solução do problema) não se consegue resolver nada. Não há gestão.

Vou dar um tempinho para que você chegue a uma definição de sucesso para a educação, pensa aí…

Talvez você possa dizer que o sucesso de um sistema educacional se mede pelo número de cidadãos produtivos que ele produz. Acho essa uma boa definição. Talvez possamos medir “cidadãos produtivos” por meio de indicadores como demandas por empregos em atividades de alto conteúdo intelectual – engenharia, medicina, direito… Talvez. Mas, se essa é a medida de sucesso teremos de esperar uns 20 anos para poder comparar a educação que se tem hoje com o resultado que ela vai produzir (só na fase adulta se é economicamente produtivo). Ou seja, não estaremos gerenciando o sistema porque o intervalo entre a ação hoje e o resultado que ela produz só poderá ser conhecido de 20 em 20 anos.

Se você me disser que sucesso em educação é medido pelo número de crianças que estão na escola, eu discordo.

Se disser que é pelo número de jovens que entram na universidade, eu discordo.

Será o número de jovens que se dão bem em competições internacionais (matemática, por exemplo)? Discordo.

O fato é que o problema da educação não tem uma métrica clara que defina o que é sucesso de uma forma inequívoca. É um problema ambíguo.

Problemas ambíguos só se resolvem se são desambiguados (o termo existe) e a maneira que o método INNOVATRIX usa em problemas ambíguos é SEPARAR o problema desagregando-o em partes que possam ser tratadas de forma que faça sentido – até ficarem num formato sobre o qual possamos agir.

O problema da educação são três problemas:

– Educação básica: métricas deveriam ser acompanhadas ano a ano e computadas em períodos menores que uma década (pois a educação básica acontece em menos de 10 anos).

– Educação média: métricas definidas no horizonte de uma década.

– Educação superior: horizonte de duas décadas.

As medições dos indicadores nos três casos são feitas ano a ano: acrescenta-se a nova medida e despreza-se, a cada ano, a medida correspondente ao primeiro ano de cada série (alguns anos, uma década, duas décadas) e acrescenta-se a medida do último ano a cada período. Assim a gente vê como a média naquele período está se movendo.

O primeiro passo então é entender que não há um problema de educação, há 3 problemas. Por quê? Porque as métricas de sucesso são diferentes, uma para cada período.

O passo seguinte é chegar a um acordo sobre as melhores métricas para cada fase (Número de crianças na escola? Percentual que passa no vestibular? Número de vagas oferecidas para profissões de alto conteúdo intelectual?).

E, a partir daí, montar um sistema que monitore as métricas ao logo do tempo definindo metas para elas e fazendo os ajustes que terão de ser feitos para que as metas sejam batidas. O critério de sucesso é sempre a meta. A meta vem da métrica. A métrica só fica clara quando desconstruímos o problema.

Fuja das soluções totalizantes. Quando você ouve alguém dizendo “o problema da educação/saúde/segurança é…” pode ter certeza que vem besteira em seguida.

 

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