INNOVATRIX-Clemente Nobrega
Colapso! Solução de problemas leva a novos problemas
Colapso versus inovação
A “máquina” empresa não pode parar.
Complexidade crescente numa organização, exige energia crescente para mover a “máquina”. Energia mesmo. No sentido da física, não em sentido figurado.
Com a agricultura, a energia da força muscular passou a ser necessária. Trabalho muscular, braçal ( bois,cavalos,escravos), da qual nossa espécie dependeu por milênios quase que exclusivamente. Foi só muito tempo depois, com a energia dos combustíveis fósseis (carvão/petróleo) que a escravidão acabou. Não foi por sentimento humanitário, foi para aumentar a produtividade-ganhar mais gastando menos. Ter escravos em vez de máquinas dava prejuízo. É uma coisa econômica- custo/benefício, certo?
Na fase inicial da empresa, você lembra, os fundadores faziam “o carro pegar no tranco”. Depois, a complexidade necessária para resolver novos problemas vai exigindo cada vez mais energia.
Por exemplo: a “organização” chamada império romano cresceu durante muitos séculos por meio de uma estratégia simples: conquistas nas quais se apropriava da riqueza dos povos conquistados (metais preciosos, terras, agricultores que pagavam impostos..). Bastava encontrar povos conquistáveis que o sistema se autofinanciava- alcançar superávit fiscal era moleza.
Deu certíssimo. O império ia anexando “as frutas que estavam mais baixas”. Resolvia problemas tomando a riqueza dos outros para financiar suas tropas, pagar as aposentadorias dos soldados (tratados a pão de ló) coletar impostos, patrulhar e controlar as áreas conquistadas, sustentar a máquina administrativa. Financiava a complexidade com o resultado da expansão, e o que conseguiu com essa estratégia não tem paralelo na história.
Até que a riqueza da qual ela podia se apropriar se esgotou-os “frutos mais baixos” já tinham sido colhidos. Começou a ficar cada vez mais caro manter a “máquina de resolver problemas”- criando mais burocracias controladoras, instituindo novos impostos, aumentando exércitos, garantindo a lealdade dos povos conquistados, comunicando-se com os lugares remotos que tinham sido conquistados.
Para tentar resolver esses problemas ia-se, como sempre, “adicionando complexidade”, mas sempre chega uma circunstância em que mais complexidade fica antieconômico. Os custos dela ficam maiores que os benefícios que geram.
O custo da complexidade fica insustentável.
O império romano começou a empobrecer, os agricultores não conseguiam pagar os impostos, havia fome, os bárbaros invadiram… O sistema entrou em colapso.
Colapso é uma forma “brusca” de simplificação de um sistema cuja complexidade esteja produzindo retornos decrescentes. Quando se tenta usar em circunstâncias novas a mesma lógica que vinha funcionando (para resolver problemas), o sistema “escolhe” o colapso. Ninguém precisa fazer nada, ele colapsa sem interferência. O colapso se torna uma certeza matemática.