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O establishment médico não acredita em matemática

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Há 20 anos operadoras de saúde não se preocupavam com eventos extremos, só com “médias”. Havia uma “sinistralidade esperada”. Desvios eram previsíveis.
Hoje, a distribuição não é mais “normal”, a noção de “média” perdeu o sentido, e o sistema está insustentável.
A matemática de avalanches e terremotos ajuda a entender: sucessões de eventos imperceptíveis e, de repente, a catástrofe.
Se prédios no Japão fossem projetados para resistir a “terremotos médios” a população teria sido dizimada. Terremoto médio não existe.
O “médio” que havia em saúde foi engolido pela demografia. Pelos crônicos. Há muito mais deles hoje.
Um idoso diabético, por exemplo, quase sempre tem a desordem amplificada por outros males e tem que internar-se frequentemente (internações são “terremotos” para os pagadores). Tensões de custos se propagam pelo sistema inteiro.
A atenção primária (tudo que evita acoplamento de efeitos adversos em indivíduos) não é “bom negócio”. Estudantes de medicina ainda acham que o paradigma da profissão é o Dr. House, não o médico de família. Enfermeiros não podem fazer o que sabem porque a regulação não deixa (seriam essenciais em modelos de atenção para evitar “terremotos”). Desconfia-se da Telemedicina em nome de uma sagrada/intocável relação médico-paciente.
O establishment médico não acredita em matemática.

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