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Por que desfecho e não simplesmente resultado?

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É o seguinte: pergunte a um cirurgião se o resultado da cirurgia foi bom, e ele dirá: “sim, foi um sucesso”. Pergunte ao paciente e ele dirá: “sobrevivi, mas sinto muita dor, não consigo me vestir sozinho e não sei se voltarei a trabalhar um dia”.

Para os médicos, “resultado” é o output do que fazem, mas para os doentes, é a maneira como passam a viver.

Qualidade de vida se mede via desfechos para pacientes, e o paciente é o legitimador do que tem valor (mesma lógica de todos os setores em que a qualidade aumenta e preços caem, ver post anterior).

Há situações em que “ficar vivo” é o que se busca e desfecho e resultado coincidem. Os melhores hospitais registram – mas não divulgam! – seus “índices de sobrevivência”. Já qualidade de vida nem se mede nem divulga.

Você dirá que o cirurgião não pode ser cobrado pela qualidade da vida que salvou. Certo, mas poderia ser se o cuidado não se encerrasse nele. Deveria ser.

Sem cobrir a “última milha” na relação com o paciente não é possível construir valor. É como se a Amazon dissesse: “coloquei seu livro no correio no prazo, se não chegou, a culpa é deles”. Cobrir a última milha significa aferir a qualidade de vida para fechar o ciclo do cuidado. Sem isso não é possível gerar valor para o paciente.

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