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Para construir valor, puxem! Parem de empurrar.

Não me peçam para definir valor. Um físico, diante de questões assim, busca logo algo para medir; formalização é depois. Não sabemos definir “energia” ou “informação” p.ex., mas sabemos o que são porque sabemos medir.

Quem inventou o arado/moinho/roda d´água, sabia perfeitamente o que é energia, mas não conceitua-la. Medir é entender. Um BigMac por R$15 é “bom valor”, por R$50 não. Como eu sei? Ninguém compra BigMac por R$50.

Amigos médicos, valor em saúde deve ser “puxado” a partir do paciente, não “empurrado” para ele – a Toyota ensinou isso. Tempo até o diagnóstico? Está na equação “Valor=desfecho/custo”, pois quanto maior esse tempo, piores serão os desfechos. Processos ineficientes? Idem. Quanto mais ineficiência maiores custos. Não precisamos da velocidade da luz ou de considerações quânticas em nossa equação.

Prestadores só medem coisas internas, “empurradas”: aderência a protocolos, indicadores clínicos etc. Mas índice de glóbulos brancos não é desfecho. O que o doente experimenta pós ato médico é que é : dor, desconforto, perda de funcionalidade. Glóbulos de qualquer cor são opacos para pacientes.

Doutores, meçam desfechos e custos, não precisam intelectualizar. Sejam mais engenheiros (sujem as mãos um pouco!) e adotem a mentalidade Toyota. Para construir valor, puxem! Parem de empurrar.

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