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O dilema do prisioneiro

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O “Dilema do Prisioneiro” é uma situação estudada num ramo da matemática aplicada chamado “teoria dos jogos”, que trata de conflitos de interesse: decisões racionais de indivíduos que levam aos piores resultados para o grupo.

É assim: dois cúmplices praticam um crime. São presos e interrogados separadamente. Cada um tem a escolha de calar ou acusar o cúmplice. Não há provas suficientes, e a polícia resolve fornecer incentivos: quem dedurar primeiro tem pena leve e pode ser solto; o outro pegará prisão perpétua. Se acusarem-se mutuamente, ambos ficam na prisão. Delação premiada, certo? 

O melhor para os dois é calarem, mas o prisioneiro “A” sabe que não pode confiar no colega. ”A” percebe que o menos arriscado é denunciar “B”, pois se “B” for burro suficiente para calar, “A” ainda assim estará livre. Só que “B” também é “esperto” e pensa a mesma coisa de “A”. 

Resultado: deduragem mútua, o pior resultado para ambos. Moral da história :quando não há confiança, é praticamente impossível não trair.

A “Lava Jato” inspira insights que a teoria dos jogos valida. Ex: quem trai primeiro se dá melhor (Pedro Barusco, Paulo Roberto Costa). O episódio atual, ainda em aberto, é a delação “Cunha x Funaro”, quem trair primeiro terá vantagem.

Em 2002 fiz um ensaio sobre a Teoria dos Jogos para a revista “Superinteressante” – Leia aqui. Talvez você goste.

 

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