Líderes Mulheres na Pandemia (parte III)
Estudar quem se deu bem para inferir “causas do sucesso” pode ser armadilha. Tamanho da amostra conta. Será que as “7 mulheres da pandemia” são apenas sortudas? Não. Menos de 7% dos líderes mundias são mulheres. Pegue uma sub amostra só com países desenvolvidos – US, Itália, França, Inglaterra, Espanha. Elas arrebentam. Inclua países meio “sub”- México, Brasil, Russia. Elas estão em outro patamar (como o Flamengo). Não é “viés do sobrevivente”. Mas e o “conteúdo de incerteza”?
Seguinte: entre um dentista e um operador financeiro igualmente ricos, é mais PROVÁVEL que o dentista tenha enriquecido por talento. Sorte influi menos no sucesso de um dentista, porque o conteúdo de incerteza inerente à sua profissão é menor. É (quase) certo que o dentista rico tenha algum talento que a média de seus colegas não têm.
Operadores financeiros não; esses têm mais chance de ter acertado por sorte. Não é incomum ver gente sem qualquer “talento especial” ficar rica no mercado financeiro. Idem artistas, escritores, jogadores de futebol em seus mercados. Sorte. Queridos leitores: esses “sobreviventes” podem ter talento, mas não se pode descartar sorte como causa do seu sucesso.
As 7 “Mulheres da pandemia” lidam com o mesmo tipo de incerteza com que todos lidam. O sucesso delas é por mérito.