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Inovação não é natural em saúde

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(IV)- Inovação não é natural em saúde, dogmatismo é que é. É histórico.

Pioneiros da anestesia e antissepsia enlouqueceram por falta de reconhecimento. O médico que sugeriu lavar as mãos antes da cirurgia para reduzir infecções, morreu louco. O dentista que defendia a eficácia da anestesia foi ridicularizado. Morreu após tentar suicídio. O pesquisador que sugeriu que ulceras seriam causadas por bactérias obteve gargalhadas como resposta. Teve q infectar-se propositalmente para demonstrar seu ponto.

Acha-se que só médicos podem tomar decisões sobre a entrega da boa medicina, mas essa entrega depende de boas organizações.

Organizações (não hospitais necessariamente) são arranjos pessoas+processos+tecnologias . Falta “ciência da gestão” em saúde.

Se soubessem disso, policy makers chegariam aos tipos de organização que têm que existir em saúde (próximos posts), mas o pessoal fica no “eu acho”, “minha vivência mostra”, “me dá mais dinheiro aí!”…

Qual o sentido em injetar mais dinheiro num sistema que rasga dinheiro?

Não existe “autoridade” em ciência.

Ela é sobre provas, demonstrações, não sobre verbalismos-crenças, fés, convicções.

Reputação não conta nada. Um pé rapado pode desbancar Einstein porque a ciência é mais importante que o cientista. Medicina deveria ser mais importante que o médico também.
(Continua…)

 

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