Hospitais Ostentação estão chocando o pessoal da saúde
Cardápios assinados por chefs famosos, salas de jogos, manicures e outras amenidades.
Ninguém devia estar chocado. Contrafações surgem sempre que a noção de VALOR está ausente num setor.
Diz-se que os “ostentação” vão competir no nicho “hospitais de grife”. Tudo bem se a competição ali fosse por valor, mas não é, pois os desfechos dos “de grife” são desconhecidos.
Desfecho é o seguinte: “no hospital X o índice de sobrevivência de pacientes nas suas condições é de 70%. Destes, 80% recuperam sua qualidade de vida em 2 anos”. Desfecho que conta para o paciente é isto.
Mas imagina dizer pro seu avô: “vô, sua operação de próstata tem melhor chance de sucesso (sobrevivência + qualidade de vida) no hospital X, mas vamos levá-lo para o Y, porque lá o cardápio é do chef Trompeur. Fala sério!
Na indústria da hospitalidade, satisfação do hóspede é a métrica de sucesso; na saúde, é apenas um “proxy” fraco.
Em vez de se chocarem, imaginando madames chacoalhando braceletes de brilhantes na recepção de algum “hospital ostentação”, o pessoal da saúde (pública e privada!) deveria se unir em torno da ideia simples e factível de medir e divulgar os desfechos q contam para os pacientes. Ostentação seria opção apenas para ricos deslumbrados.