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Design do mercado de saúde: qual o ponto de partida?

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Notícias recentes evidenciam que os que propõe saídas para o sistema de saúde não entendem o problema (ou só estão querendo jogar para a plateia). Falam em planos populares e de novos critérios de reajustes para idosos, mas o pano de fundo não muda: é o selvagem “jogo de soma zero” que inviabiliza qualquer iniciativa isolada de melhorar o sistema- operadoras e prestadores tentando arrancar pedaços uns dos outros (sob o olhar – indiferente/inocente?/conivente? – de outros players).

Imagine o ecossistema da Ford ou Toyota com centenas de fornecedores orquestrados para fornecer os componentes de um carro que funcione. Se o sistema de saúde fosse um carro, ele não pegaria de manhã. Se fosse uma cadeira, não se conseguiria sentar nela. Se fosse uma lata de cerveja, você não conseguiria abri-la. Se abrisse, cortaria o lábio.

As coisas que funcionam, funcionam porque superaram falhas ao longo do tempo. As formas que têm hoje, vieram dessas falhas, e surgiram do processo que chamamos de “design”. Mercados disfuncionais têm que ter um design competente, e há disciplina e método para isso.

Design de mercados tem a ver com arranjos de processos, pessoas e tecnologias – organizações!! – e exige uma visão do ecossistema todo, não de componentes isolados.

Tecnologia é meio para fazer os processos certos funcionarem, e deve vir depois dos processos estarem especificados .

O ponto de partida do designer do mercado de saúde tem que ser destruir o jogo de soma zero, se não, não é possível criar valor que se sustente.

 

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