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Como não resolver um problema

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Semana passada saiu a notícia: a inflação dos custos com assistência médica foi praticamente o dobro da inflação geral. E mais: por conta da crise econômica, brasileiros estão abandonando o sistema privado de saúde e passando a contar só com o SUS. Não está dando para pagar os reajustes que as operadoras demandam para cobrir seus custos.

É evidente que a situação caminha para o colapso; é evidente que o sistema tem que ser reformado, e, para mim, é mais evidente ainda que os chamados especialistas não têm a menor ideia do que fazer.

O que eles sugerem é típico do não entendimento da natureza do problema.

O sistema de saúde, como sistema complexo, pede soluções que só podem ser construídas usando uma lógica de rede, não de nós (veja post anterior). Isso quer dizer que há um conjunto de elementos- os nós da rede-que têm que estar interligado de forma coerente para que o sistema funcione bem, a um custo pagável. O gestor tem de fazer três coisas para resolver:

1- Identificar quais são os “nós” a interligar. No livro “Inovação em saúde”, eu identifiquei oito nós. Em posts seguintes falarei deles.

2- Fazer o que chamamos de “arbitragem”, que é dar pesos às contribuições de cada nó identificado para a solução do problema.

3- Propor uma forma de integrar esses nós num arranjo físico que garanta o que se quer- (boa assistência com custos pagáveis);

Não é o sistema de remuneração apenas que é culpado, ou a ausência de indicadores de qualidade, ou a ênfase que se dá à doença, não à saúde, ou à falta de incentivos para que o usuário faça sua parte no cuidado de (sua própria) saúde, e não a transfira para sua empresa, ou para a operadora, para o SUS ou para alguma outra entidade. Não é só a falta de competição adequada que não baixa os preços. Não é só a incorporação desnecessária de tecnologias avançadas e caras… Todas essas coisas são “nós”. Nenhum deles, tratado isoladamente, resolverá nada.

Não haverá solução sem a integração dessas e outras coisas numa arquitetura, cujos nós são interligados pela informação centrada nas necessidades dos usuários- (usuário a usuário). Isso é possível.

Em meu livro “Inovação em Saúde – Como reduzir custos e melhorar resultados usando uma nova ciência”, construí passo a passo os detalhes da arquitetura dessa rede. Pode ser feito.

O início de tudo é entender que não há jeito de resolver esse problema tratando só de “nós”.

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