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A escolha do usuário não é só racional

bolsa

“Engenharia do valor” é uma técnica que olha cada componente de um produto/serviço e pergunta: “preciso realmente disto para entregar o que o cliente busca? Posso substituir sem perda de funcionalidade?”. Se o cliente pagar o suficiente para gerar um lucro decente, a engenharia está tendo sucesso.

Sucesso vem de um usuário que paga com base no valor que percebe. Valor é subjetivo, mas não abstrato – é medido pelo que o usuário se dispõe a pagar. Concretíssimo.

A escolha do usuário não é só “racional”- (15mil US$ por uma bolsa??! Fala sério!!). É que funcionalidade não é o único critério. Uma lâmina de barbear não se define só pelo atributo “remover pelos”- deve ser durável, simples de manusear, não cortar o rosto, demandar poucas passadas, não irritar a pele, ser fácil de lavar, leve, boa empunhadura etc. Tudo que tem importância para o usuário é levado em conta – são os chamados “desfechos relatados pelo usuário” , e sua aferição é a base da engenharia do valor.

Em saúde, “cuidado com base em valor” parte de desfechos relacionados à qualidade de vida do paciente (PROMs-Patient Reported Outcome Measurements) – o mesmo fundamento da engenharia da lâmina de barbear (perdão, doutores!). Considero o apoio crescente à essa ideia, o desenvolvimento mais importante em saúde de que se tem notícia.

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