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Assimetria é que gera o colapso

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Os princípios nos quais a ciência se baseia são chamados de princípios fundamentais.

Leis de Newton, princípios da Física Quântica, leis da eletricidade e magnetismo, são princípios fundamentais da física. O princípio da seleção natural de Darwin é a base para o entendimento de tudo em biologia.

Na Física, a noção de simetria é fundamental-os físicos procuram beleza e harmonia em suas equações. Elegância, simetria, equilíbrio, são características do que “funciona bem” ,e este fundamento estético –central em Física e Matemática- ajuda a chegar às formulações que nos permitem modelar o mundo real.

É curioso como no mundo das organizações, simetria é também a ideia a perseguir. Ela é fundamental também em gestão.

Sistemas assimétricos não se sustentam. Os clientes não pagam o que você precisa para cobrir seus custos, e isso pode acontece de várias formas: ou seus funcionários não conseguem operar processos para satisfazer suas necessidades, ou os gestores não os motivam para isso, ou os acionistas não motivam os gestores, ou os processos de trabalho são ruins, ou não há ferramentas tecnológicas adequadas … Há uma multiplicidade de coisas e uma afeta a outra, geralmente é impossível detectar a origem exata da rachadura que levou ao colapso.

Mas o fator central é sempre uma quebra de simetria.

O sistema de saúde, por exemplo, é totalmente assimétrico, por isso vai desmoronar. É uma lei da natureza.

Para que uma organização ou sistema opere sustentavelmente, os agentes envolvidos com ela têm que obter um valor que cada um perceba como adequado. Se isso não ocorrer, ela se desorganiza e, com o tempo, tenderá ao colapso. Tem que haver simetria na percepção do valor. Todos os agentes têm que se perceber obtendo um bom valor. Essa é a mágica do livre mercado (do comércio livre).

Nas empresas, a simetria mais fundamental é entre as pessoas, processos e ferramentas tecnológicas que definem o que ela faz (dentro), e as necessidades dos clientes (lá fora).

A quebra de simetria pode acontecer a partir do mercado. Dizemos que o mercado abandonou a empresa. O mercado deixa de desejar a oferta da empresa. O cliente para de validar sua participação no sistema- Ford anos 1920, IBM anos 1980 , People Express anos 1970, KODAK nos anos 2000.

A quebra de simetria também pode se manifestar a partir da empresa. Dizemos então que a empresa abandonou o mercado (Varig, Enron). Foi a dimensão da gestão- (o dentro da empresa) que falhou nesses casos,

–Na prática, quase sempre é impossível definir com precisão onde o processo de quebra de simetria começou. A origem fica perdida no tempo. Lembre-se do GRUPO X (Eike Batista)- quando os gestores venderam suas ações estavam sinalizando para o mercado que não acreditavam no futuro da empresa. O mercado imediatamente passou a desacreditar também.

–O tempo que decorre até que os efeitos de uma quebra de simetria localizada façam-se sentir no sistema, depende de cada caso particular.

Continua…

 

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