Capital social constrói reciprocidade
Os sistemas que funcionam melhor têm maiores estoques de capital social: valores informais compartilhados espontaneamente por seus membros. Todos esperam comportamento honesto e confiam uns nos outros.
Pesquisadores notam que nas regiões bem sucedidas, pessoas têm comportamento cooperativo. Ex: Itália. As cidades mais ricas (Florença, Bolonha, Gênova) não ficaram cívicas porque enriqueceram, enriqueceram porque eram cívicas, cidadãs.
O sul (terra da máfia) é mais pobre. Capital social constrói reciprocidade espontânea, não por coerção. As redes política e social são organizadas horizontalmente, não hierarquicamente. A origem disso, provavelmente, foi o comércio -uma atividade que só ganha escala em ambientes “não zero”.
Em regiões não desenvolvidas, a ideia de cidadania é desconhecida. Nelas, questões públicas são para “alguém resolver” (políticos, autoridades). Leis não são para serem respeitadas mas, temendo o comportamento “dos outros”, todos exigem mais disciplina. Bloqueados nesse círculo vicioso, todos sentem-se explorados.
Um sistema apoiado em reciprocidade é mais próspero que um dominado pela desconfiança. Custos são menores, qualidade maior.
PS.: Meu próximo livro: “Como acabar com os jogos de soma zero que aumentam custos e destroem o valor do sistema de saúde brasileiro”