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A saúde não precisa de um Einstein – a revolução já está em curso

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Físicos gostam de se imaginar resolvendo grandes problemas -todo físico um dia sonhou ser um Einstein, mas o tempo os força a acomodarem-se a ambições mais modestas. Comigo , aconteceu rapidinho.

Interesso-me pelo sistema de saúde motivado pelo mesmo impulso que me levou à Física lá atrás: é um grande problema não resolvido. O design do sistema de saúde é um dos raros que não evoluiu! O sistema é cheio de falhas, mas não evolui!

Saúde é um setor em que a tecnologia e o conhecimento avançam, mas a prestação do serviço, não. Não se consegue produzir mais com menos em saúde como ocorre em toda a economia. O que se consegue (precariamente) é produzir mais com mais, o que é insustentável. Os custos sobem sem aumento na “produção” -como diria um engenheiro- sobem apenas para (tentarmos) nos manter no mesmo lugar. A maior e mais importante indústria de serviços do mundo é impermeável à inovação. O que precisamos aprender que ainda não aprendemos?

Na verdade, sabemos perfeitamente o que resolve problemas assim -o que resolve é um usuário que faz uma escolha. Este é o fundamento de tudo o que “funciona bem” -os produtos/serviços que permanecem são os que são escolhidos. Coca-Cola permanece , Kodak/Nokia sumiram. Serviços de taxi, bancos, hoteis, podem sumir se não se configurarem. Qualquer coisa pode.

Mas não há o menor indício que hospitais, p.exemplo, possam sumir. Eles não vão, mas não é porque “saúde é diferente”.

Se houvesse “escolha informada” por parte do usuário, os preços cairiam (como ocorre em toda parte) porque haveria competição verdadeira, o que faria aparecer estruturas alternativas ao “hospital”.

Competição verdadeira é competição por valor. Quem gera mais valor, leva. Discordar disso é como discordar do Teorema de Pitágoras ou das fases da lua, não é muito inteligente. Como se mede valor em saúde? Vou explicar nos próximos posts.

Em saúde o cliente não tem informação para escolher direito e por isso escolhe torto. A questão é saber por que isso ocorre e eliminar as barreiras para que escolhas informadas sejam feitas. A boa notícia é que pela primeira vez,, há um movimento forte nessa direção no mundo todo. O cliente no centro, não o médico ou o “hospital”. Um cliente, um pagador, tomando decisões informadas. Bastará isso e não será preciso mais nada- será como a lei da gravidade. Como se chega lá? (continua).

 

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