Innovatrix

INNOVATRIX-Clemente Nobrega

A empresa que se reinventou 3 vezes em 100 anos

Liderança e inovação- o melhor caso

IBM

O mundo dos negócios está cheio de campeões de 15-20 anos. A IBM tem 102 anos. No mundo da tecnologia ninguém tem uma história semelhante para contar.

Como ela pode estar viva e próspera, num setor caracterizado (mais do que qualquer outro) pela inovação e mudança? Quer dizer, pelo sumiço ou irrelevância de empresas que  experimentam apogeu e obscuridade em poucos anos?

Veja a figura abaixo.

IBM1

O valor de mercado da IBM só perde para o da Apple que ressurgiu dos mortos agora, no século XXI. É cedo (muito cedo) para afirmar que a Apple possa ser modelo para qualquer coisa. A Microsoft está caída e caindo. Nokia, Cisco idem. Google está bem, mas seu sucesso também ainda é muito recente , vamos ver o que acontecerá na pós adolescência.

É verdade que a IBM passou por uma “near death experience” no fim dos anos 80 como contei neste vídeo, mas ter se recuperado como recuperou , reforça meu argumento. É o seguinte: a IBM é o mais expressivo caso de marketing dos últimos 100 anos. Oque contém mais lições. É a única empresa que se reinventou  não uma vez, mas três vezes. Tem que haver algo mais fundamental aí. E tem. Continue lendo.

Para entender por que é tão difícil para empresas de  “TI” permanecerem no topo, pense nesse setor como uma corrida sem fim para criar “plataformas” digitais-os alicerces sobre os quais se construirão aplicações de software e/ou  serviços. A cada dez anos (mais ou menos) uma nova plataforma dominante surge para levar a computação para outro nível. Primeiro os grandes computadores mainframes que tinham destronado as máquinas de calcular mecânicas,  foram seguidos por sistemas “distribuídos” de  minicomputadores, computadores pessoais (PCs) e servidores. Agora há a computação “na nuvem” e dispositivos móveis.

Mudar de uma plataforma dessas para outra, significa questionar tudo o que uma empresa sabe fazer de melhor: suas habilidades técnicas, a marca, seu processo de venda, suas habilidades de ganhar dinheiro … Empresas estabelecidas numa plataforma tendem a defender os domínios que as tornaram grandes, nunca a explorar e conquistar novos domínios.

A Microsoft, por exemplo, permanece firmemente ligada ao seu Windows. Poucas empresas conseguiram se adaptar a uma  nova plataforma, muito menos a três como a IBM ,e qualquer uma das duas últimas mudanças  poderia facilmente ter  detonado a empresa.

A IBM não é uma empresa de tecnologia, é uma empresa que resolve business problems usando tecnologia. (Ela não vende “brocas”, vende ferramentas para produzir “buracos na parede”).
Essa é a chave para entender sua longevidade. Em minha terminologia, significar dizer que a IBM é focada nos JOBs que seus clientes precisam que sejam realizados, e não tem compromisso com soluções específicas a serem usadas para realizar esses JOBs.

O resultado disso pode ser notado no gráfico abaixo, que mostra como “tecnologia” perdeu e continua perdendo para “ serviços “-soluções que podem ou não envolver os hardwares e softwares que a IBM produz.  O critério é realizar o JOB que o cliente precisa que seja realizado- o fundamento central do marketing. Fácil de entender, dificílimo de fazer porque vai contra os vieses dos gestores.

IBM2

Texto parcialmente adaptado de matéria da  The Economist

Figuras retiradas do mesmo texto.

 

 

 

 

Leia também