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Prosperidade vem de dividir, não de subtrair

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Só de 200 anos para cá ficou claro que prosperidade vem de dividir, não de subtrair. Antes, a única maneira de ficar rico era roubar (Império Romano / Genghis Khan/ conquistadores europeus 1500-1700). Era um mundo de predação brutal, no qual superávits confiscados de camponeses mantinham luxos de militares / burocratas / nobres.

Então, descobriu-se que para enriquecer, relações “não zero” são mais efetivas do que roubar. A renda média per capita da humanidade – com população 6 X maior – cresceu 10 vezes desde 1820, melhorando em quase todos os países. Empresas surgiram como orquestradoras de sistemas em que fabricantes, fornecedores e distribuidores ganham, dividindo o trabalho necessário para satisfazer um cliente.

Democracia tornou-se norma política, impérios desapareceram e indicadores de bem-estar melhoraram. Servos e escravos não são mais necessários; mulheres não precisam mais dedicar suas vidas ao lar. O aumento de riqueza (no mundo todo!) não foi projeto de ninguém, mas sabemos sua origem: inovações surgidas com a eliminação dos “jogos de soma zero” que imperavam desde a pré-história.

Os sábios que querem reformar o sistema de saúde ignoram que construir relações “soma não zero” é o primeiro passo. Aprendemos isso na prática, a teoria para explicar veio só nos anos 1980. Não usá-la é um absurdo.

Autoridades cariocas querem mais investimentos em inovação, mas injetar dinheiro para isso é inócuo. Inovação só acontece se o ambiente inspira confiança, ou seja, se as relações naquela comunidade são “não zero”; se alguma forma de TIT for TAT existe. A premissa para que exista prosperidade é a construção de ambientes “não zero”. Não é construir “coisas”; não é investir em “tecnologias”nem em centros de pesquisa- é construir ambientes!

Burocratas da antiga União Soviética achavam que os EUA tinham um “ministério da inovação” secreto, dada a energia empreendedora do país. Nunca entenderam nada. A ideia de que tem de haver uma autoridade central decidindo o que fazer para que coisas boas aconteçam, é estúpida. O papel dos líderes em sistemas complexos como cidades, mercados, empresas (e sistemas de saúde, claro!) não é dizer o que fazer, é forjar ambientes para que a “coisa certa” possa emergir. De baixo para cima. “Bottom up”.

Há uma noção central que rege isso como uma espécie de lei de Newton da prosperidade: as leis da cooperação que TIT for TAT ilustra. Seus fundamentos? Reciprocidade, senso de justiça, confiança (trust). Não há exceção. Ambientes “TFT” induzem educação e civilidade (não é o contrário). Ambientes TFT tem estoques de “capital social” que é o que fomenta prosperidade (não é dinheiro!).

 

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