O processo de migração de valor

Para entender a desconstrução do hospital, temos de entender a dinâmica da inovação. Dinâmicas têm a ver com coisas que se movem, e valor se move: migra quando aparecem novas ferramentas para fazer o que queremos que seja feito.

Na primeira fase da desconstrução de qualquer coisa, os fatores que vão possibilitar a migração do valor acumulam-se. Normalmente são avanços tecnológicos que se somam à elementos que já existem, e produzem novas arquiteturas de prestação de serviços (Waze+motoristas autônomos=UBER. Internet+banda larga=You Tube). Dá certo quando o usuário percebe que pode adotá-las com vantagem, pois o que existe é caro, pouco confiável, inconveniente ou inacessível de alguma forma. Não preciso dizer que o hospital reina em todos esses quesitos.

O que inova não é “tecnologia”, mas a arquitetura pessoas-processos-tecnologias. O tipo de inovação que vai desconstruir o hospital é assim. Veremos detalhes, mas as heurísticas da inovação já sinalizam o seguinte:
o acúmulo de fatores habilitadores está produzindo um movimento invisível que opera nas franjas do sistema sem ser notado. Ele vai ganhar massa crítica e explodirá já em posição de ameaçar as estruturas vigentes.

Em saúde já estamos vivendo isso. Como serão os detalhes da dinâmica que desconstruirá o hospital?

(continua)