O problema não é a medicina, é a saúde
A convite de amigos intensivistas, fiz palestra no Hospital Samaritano (Rio) sobre o futuro desse subsistema assistencial – a “Unidade de Terapia Intensiva”- se a onda da remuneração por valor pegar.
Usei heurísticas da teoria da complexidade para mostrar e debater o seguinte:
1- A crise da previdência é brincadeira de criança perto da saúde. Previdência tem solução técnica, saúde não.
2- Tecnologias como telemedicina e outras só gerarão valor se forem incorporadas a organizações diferente das que existem hoje.
3- Hospitais gerais serão desconstruídos porque são estruturas ineficientes e caras, incompatíveis com geração de valor para o usuário.
4- As operadoras de saúde se transformarão em ORQUESTRADORAS que vão contratar e coordenar diversos serviços que hoje se concentram em hospitais, a partir de relações diretas com fornecedores deles. Farão o que todos que competem por valor fazem: orquestram redes de fornecedores que entregam valor a usuários finais. Nike, Apple, montadoras de carros, indústria farmacêutica, etc. Ninguém faz isso porque é bonitinho, mas para gerar mais valor para seus clientes.
5- A UTI poderá ser o equivalente ao Windows (ou Intel) no ecossistema do PC. Um subsistema independente, com o qual TODOS os demais terão de ser compatíveis.
A coleção completa de slides da palestra está disponível aqui:
https://www.dropbox.com/s/o83lqnexb2j8u50/VBHC%20na%20UTI.pdf?dl=0