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No sistema de saúde, fazer o que deve ser feito é mau negócio.

amputation

Se você é prestador de serviço, será remunerado por amputar a perna de um diabético cujo quadro complicou, mas não ganhará nada se conseguir tornar a amputação desnecessária. É uma coisa medieval. É fácil vender “veja o que eu fiz”, mas impossível vender “veja o que eu evitei”. Um médico que não faça uma cirurgia de coluna, dando chance dela se recuperar sozinha, não vai ganhar tanto quanto um que faça a cirurgia parecer indispensável. É o segundo que estará dirigindo um Mercedes.
Num sistema que destrói valor assim, as peças não encaixam (é como os tratores exportados pela União Soviética que eram desmontados ao chegar ao destino e só as peças aproveitadas). No sistema de saúde, as peças que não encaixam são os planos, as empresas que os contratam, os prestadores (hospitais etc…), e o usuário final (eu e você). Seus interesses se chocam. Foi por isso que o reajuste dos planos foi de 20% este ano (com país em recessão!).
O GLOBO de 20/09 traz conclusões de “especialistas” que discutiram isso: “é preciso mudar o sistema de remuneração; é preciso conscientizar o usuário; é preciso isso e aquilo; blá, blá,blá”.
Ninguém diz como “remontar o trator”, mas eu digo: fazendo PREVENÇÃO dar dinheiro; transformando-a em bom negócio. Mas, de novo, como?

 

 

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