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Eles perdem para que a sociedade avance

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Empreendedorismo é difícil, arriscadíssimo, e não tem charme nenhum. Glamour zero.

Para mim, “empreendedor “é adjetivo, não substantivo – identifica um tipo de personalidade, não uma profissão.

Você fica obsessivo e chato, pois seu “sonho” toma conta de sua cabeça 100% do tempo. Sonho que, não raro, vira pesadelo; ou pior, alucinação.

Cinema, futebol, férias, são para “fracos assalariados”. Vida social é inexistente. Você é um solitário.

Sua mulher, que antes admirava seu espírito indômito e exuberância em “pensar grande”, cansa-se daquela conversa de “business plans”, “IPOs’, “valuations”, “paybacks” e outras esquisitices em inglês.

As amigas dela acham que você é maluco. A relação foi pro vinagre quando você começou a declarar que sonhava tornar-se um “unicórnio”. Foi aí que ela plantou-lhe um par de chifres com um funcionário público (chatinho, mas “normal”- perdão leitores!): “por que só um chifre?”, ela pensou – “toma logo dois, mister entrepreneur”!

Para cada empreendedor que você vê tirando onda e dando lições de vida na TV – (“vejam como eu sou genial!”) – há 999 perdedores que não chegaram lá, e hoje comem sardinha em lata no jantar.

Ninguém os conhece, mas devemos admirá-los, pois é gente de sua espécie que muda as coisas. Eles perdem para que a sociedade avance.

 

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