Como se constrói o que está longe (Bill Gates sabia?)
O texto a seguir foi extraído de meu novo livro que acaba de sair. Clique e confira.
Em dezembro de 1980, a IBM contratou uma empresinha chefiada por um garoto chamado Bill Gates para desenvolver o sistema operacional dos seus PCs. Gates nem queria aquele contrato; a IBM o tinha consultado, e ele indicara um sujeito chamado Gary Kildall, famoso no underground dos nerds da microeletrônica dos anos 1980. Kildall aceitou, mas, na hora H, tirou o corpo fora porque preferia curtir outro de seus hobbies – “passear de balão”. Bill Gates se sentiu obrigado a manter o compromisso. Comprou às pressas, por US$50 mil, os direitos de um software rudimentar chamado Quick & Dirty Operational System (Q-DOS) de uma empresinha de Seattle; modificou-o, e repassou-o à IBM com o nome de PC-DOS.
No final das negociações Gates, de forma casual, obteve a concordância da IBM para que a Microsoft pudesse vender uma versão modificada desse sistema para quem bem entendesse. A IBM nem ligou. Não estava interessada em software, queria era vender PCs.
O resto é a história que contam sobre como Bill Gates com seu olhar aguçado, sua prodigiosa visão de futuro, e sua mente “muito à frente de seu tempo”, previu tudo o que iria acontecer na indústria de tecnologia pelas próximas décadas e se tornou o homem mais rico do mundo. Pura lorota. Bill Gates não sabia que seria Bill Gates.
Vamos falar sério. Até hoje não há nada que demonstre que se a empresa X adotar as práticas Y, Z, terá sucesso. Não há leis de Newton no mundo das empresas. Não há práticas generalizáveis que garantam sucesso, só práticas que minimizam a chance de fracasso. Está na hora de termos um papo adulto sobre isso.
Enxergar longe não nos leva a lugar algum porque “longe” não há nada, só perto. Só nas adjacências. O “longe” se constrói explorando “ambientes adjacentes”, passo a passo, rumo a algo que vai sendo construído simultaneamente com o caminho que se percorre.
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