Auto-engano, crenças falsas, e o que faz de nós o que somos
Não foi um salto biológico que separou a espécie humana das outras, foi um salto psicológico: a capacidade (exclusivamente humana) de negar a realidade diante de evidências inquestionáveis, incluindo aí a ignorância deliberada da inevitabilidade de nossas mortes
A consciência de nossas mortalidades poderia ter causado tal grau de ansiedade, que nos levaria a evitar os riscos de competir para procriar, o que seria um beco sem saída evolutivo. Os seres humanos ,portanto, tiveram de desenvolver um mecanismo para superar este obstáculo: a negação da realidade.
Em conseqüência desta peculiaridade evolutiva, aprendemos a negar quaisquer aspectos da realidade que não sejam do nosso agrado-fumamos, comemos alimentos não saudáveis,evitamos exercícios- sabendo que esses hábitos sã receitas para uma morte precoce.
Aquilo que foi a origem da nossa singularidade como espécie, pode estar trabalhado para nos levar à ruína se continuarmos a negar as conseqüências de nossas abordagens irrealistas . Desde a saúde financeira pessoal, a tomada de riscos insanos( para os quais temos sempre racionalizações tolas e mentirosas) até a sustentabilidade ambiental.
Por outro lado,negar a realidade oferece atributos valiosos também- otimismo, confiança e coragem diante de chances que ,probabilisticamente, jogam contra nós.
O empreendedorismo e a tomada de riscos improváveis que, para mim,estão na base do desenvolvimento da prosperidade- são exemplos do lado positivos dessa tendência.