O fim dos jogos de soma zero em saúde
Estrelas da medicina torcerão o nariz para “cuidado com base em valor” (inglês: VBHC). Sua remuneração passará a depender de um time, não só de seu talento individual.
Se VBHC tornar-se o paradigma dominante, o trabalho e a formação do médico mudarão de “intervir no paciente” para “garantir bons desfechos para o paciente”.
Médicos trabalharão em time porque bons desfechos dependem de trabalho integrado entre especialidades, não de estrelas solitárias. VBHC não apenas mudará a prática médica, tenderá a invertê-la. Estrelas custam caro.
Com VBHC elas só terão sentido se agregarem valor a uma linha de cuidado, pois é o desfecho produzido pela linha que será remunerado, não intervenções de especialistas isolados como hoje. Ou seja: O dr. Estrela só participará da linha que trata de “insuficiência cardíaca”, p.ex, se sua presença melhorar os desfechos para o paciente e/ou diminuir custos para entregar esses desfechos. Neste caso, quem vai querer o dr. Estrela no time é o time mesmo: cardiologista, radiologista, hemodinamicista, fornecedor de stent, enfermeiro… O time (que será remunerado por valor=desfecho/custo) ganhará com a presença dele. Inclusive o doente.
Valor será gerado para todos os participantes.
O fim dos jogos de soma zero em saúde é a promessa do VBHC. Acho uma ótima promessa.