INNOVATRIX-Clemente Nobrega
Entropia.Tudo o que é organizado tende a desorganizar.Qualquer máquina (viva ou não) enferruja
Entropia organizacional
Em TODO processo de transformação de energia em trabalho produtivo, uma fração da energia TEM que ser desperdiçada por causa da entropia. “Entropia” é como os físicos chamam essa “força” que desorganiza o organizado. Não pode existir máquina 100% eficiente porque a entropia não deixa. Ela cobra (na fonte) um imposto impossível de sonegar.
Essa lei da física clássica (pré quântica, pré Einstein) é muito, muito, muito mais importante para a vida prática do que qualquer coisa “quântica”. Nada escapa da entropia em nenhum domínio. Se eu pudesse reescrever meu livro de maior sucesso ele não se chamaria mais “Em Busca da Empresa Quântica”, mas sim “Ferramentas para contornar a entropia na empresa”. Não seria tão comercial, provavelmente venderia menos, mas seria mais conectado ao mundo real do gestor.
A propósito: a ferramenta que contorna a entropia nas organizações já foi inventada, chama-se “gestão”.
PS: eu não disse “a ferramenta que vence a entropia”; disse, “contorna”. A entropia é invencível.
GESTÃO aumenta o prazo de validade da empresa: o objetivo dela é se contrapor à entropia de qualquer organização.
-Você vê como a vida é dura: em certas circunstâncias, complexificar é o certo. Em outras, simplificar é que é o caminho. O talento dos gestores está em reconhecer a circunstância a empresa está, e agir de acordo. Complexificar ou simplificar? É isso que se pede de um líder.
Mesmo as gigantes de mais de um século –as COCA COLAs, GEs, IBMs, FORDs – não são a mesmas empresas de 100 anos atrás. Claro que não poderiam ser- a entropia não teria deixado. Elas têm o mesmo nome, mas são entidades diferentes. Contornaram a entropia ao longo do tempo, tornando-se progressivamente diferentes, e conseguiram isso absorvendo fluxos de energia nova. Só o nome permaneceu. São mutações de uma concepção inicial.
-O que custa energia não é adquirir “conhecimento novo”, é apagar a memória do antigo.
Em todos os casos conhecidos de empresas que duraram (ou seja, cujos nomes duraram)- você vê que elas forma competentes em duas coisas:
1) Apagar a memória do que um dia foi produtivo;
2)Construir novas práticas no espaço das memórias zeradas, ou seja, construir novas memórias produtivas.
Para ambas, o fundamental nunca é uma técnica, ou sistema de gestão, ou avanço científico, ou metodologia matadora…
Só existe uma pré-condição para apagar e reconstruir memória empresarial: liderança.